Os forasteiros

  • Iniciador do tópico Johny Black
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Capítulo IV:




Na manhã seguinte Tom acordou no meio de um monte de palha. O estabelecimento parecia-lhe uma espécie de celeiro... olhou para os lados e não viu ninguém. Levantou-se e espreitou pela janela. Imensos corpos jaziam inertes no chão e não havia vivalma na cidade. Olhou para baixo e reparou que tinha uma grande corte que se estendia desde o ombro direito até à barriga. O sangue escorria pelo seu corpo e caía na palha que estava no chão. Tom viu uma mão que se mexia atrás dumas grandes e pesadas caixas, retirou-as todas e encontrou Frank quase negro por causa do carvão e com alguns ferimentos no braço.
- O que se passou? - perguntou Tom espantado.
- Tu levaste com um tiro de raspão, estás a ver esse corte? - explicou Frank. - Os Sulistas invadiram a cidade, não sei do James nem do Jack.
- Parece que isto não pode piorar... - murmurou Tom enquanto levava a mão à testa. - Vamos procura-los.
Tom ajudou Frank a levantar-se e saíram daquele celeiro. Caminharam sobre o sangue e sobre os corpos inertes que jaziam no chão mortos. Caminharam durante alguns minutos e encontraram o saloon completamente queimado. À porta do saloon estava Jack deitado enquanto tentava abrir os olhos carregados de cinza.
- Que espécie de imbecis atacam o mesmo sítio duas vezes seguidas?! - perguntou Tom zangado enquanto pegava em Jack.
- O James... - murmurou Jack. - O James estava dentro do saloon.
Entraram dentro do saloon. Parecia que tinha havido uma grande resistência lá dentro pois imensos sulistas estavam no chão mortos. Um dos Sulistas murmurava ainda vivo à beira da banca. Tom, furioso, pegou numa faca e cravou-a no peito do Sulista com toda a força, depois retirou a faca do corpo do homem e rasgou em pedaços uma bandeira Sulista que o soldado transportava. Depois cuspiu para a faca e atirou-a para o chão onde ficou espetada. Subiram as escadas que iam dar a alguns quartos de hóspedes e encontraram James deitado numa cama sossegado.
- James! Acorda! - gritava o seu irmão.
James levantou-se com uma cara feliz e começou a falar:
- Então, o que contam?
- Embebedaste-te ontem, certo? - perguntou Frank enquanto esfregava o suor que tinha na testa com a mão esquerda.
- Só um bocadinho. - respondeu James que piscava os olhos para afastar as nuvens que os tapavam. - Porque estão cobertos de cinzas?
- Os Sulistas voltaram a atacar a cidade! - exclamou Tom. - Parece que não fizeram nada a este quarto!
James fitou-os incrédulo e depois disse:
- Eles não devem estar longe daqui! Podíamos ataca-los!
- Concordo, com a resistência que houve na cidade eles não devem ser muito numerosos... - respondeu Tom enquanto carregava a espingarda. - Vamos a eles!

*****

Pegaram em cavalos e partiram para longe dali. Duas horas depois depararam-se com os vinte soldados Sulistas que restavam. Esconderam-se atrás do que encontraram com as espingardas ao peito e esperaram pela oportunidade certa. Tom fez sinal a Jack e este mirou o capitão daquele batalhão. Disparou. A bala trespassou a cabeça do capitão que caiu do cavalo e ficou morto no chão. Os Sulistas olharam para todos os lados à procura de quem tinha feito aquilo, porém, não viam nada. Eram quatro contra dezanove. Frank disparou. A bala trespassou o lado direito do peito de um tenente e foi dar à barriga do soldado que estava atrás matando os dois. Tom correu para o outro pinheiro debaixo de fogo que foi lançado pelos Sulistas. Depois fez mira do lado esquerdo e disparou matando um soldado. James estava escondido atrás dum tronco caído. Levantou-se e disparou. A bala acertou na anca dum dos soldados que ainda teve tempo de disparar e acertou de raspão no braço de James. James disparou mais uma vez e a bala acertou na barriga do oponente que caiu para trás morto. Os Sulistas não tinham onde se esconder, estavam a ser mortos um a um sem qualquer hipótese. Os quatro, revoltados, continuavam a disparar e os Sulistas sem grande hipótese começaram a fugir. Os quatro lançaram-se sobre os soldados que restavam e alinharam-se. Os Sulistas continuavam a fugir, fizeram os quatro mira e dispararam. Os Sulistas caíram todos mortos no chão à excepção de um que continuou a correr. Tom levou a mão à cintura e pegou numa grande faca pois já não tinha balas. Atirou-a. O Sulista levou com a faca nas costas. Caiu devastado de joelhos no chão, depois caiu para a frente e deu o último suspiro.
- Demos cabo deles! - exclamou Frank sorridente.
- Demos mesmo! - gritou Jack contente. - Já vinguei a minha mulher!
- Hoje à tarde passamos a fronteira... - murmurou Tom. - Já estou farto desta vegetação, quero deserto.

*****
John deambulava perto da fronteira por uma pequena cidade. Um xerife afixava cartazes nas paredes dos edifícios. O Quantrill e os companheiros foram ler o que lá dizia:

Procura-se Thomas Carter por homicídio.
Recompensa de mil dólares vivo ou morto.

- Vamos mata-lo e receber dinheiro por isso! - exclamou John sorridente. - Não podia ser melhor...
Uma criança distribuía os jornais em total histeria. Gritava vezes sem conta " Quatro homens mataram vinte! ".
John pegou no jornal bruscamente.
- Eh! Precisa de pagar! - exclamou a criança enquanto saltava para tentar chegar às mãos de Quantrill. Quantrill não achou piada e empurrou a criança contra o chão.
- Meu Deus! - exclamou John. - O Tom está mais forte do que nunca...
- Porque dizes isso? - perguntou Edward curioso.
- Ele e mais três mataram vinte Sulistas aqui perto. - respondeu John. - Ele está acompanhado... Agora é que ele fica na história!
- Fogo! - exclamou Steve incrédulo. - Parece-me que isto ainda não acabou, ele vai ficar mais famoso que as batatas!
- Não vai ser fácil matá-lo. - disse John. - Mas vamos dar cabo dele.
 

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Capítulo V:




Jack estava em cima duma grande colina a uns escassos vinte metros da fronteira com uma grande espingarda na mão a apontar para o acampamento de tropas do Norte. Frank e James estavam escondidos em baixo da colina à espera de sinal e Tom estava numa grande carroça a uns duzentos metros dali. O Sol reflectia nas nuvens e o céu ficava num tom alaranjado dando uma bonita paisagem ao horizonte. Se passassem da fronteira do Missouri apanhavam um comboio até El Paso no Texas e viveriam uma nova vida de crime à procura de Sarah e Sophie. Jack acenou a Frank e James. Frank pegou nuns galhos e acendeu uma fogueira. Passados alguns minutos o fumo podia ser visto a milhas... Tom quando viu o fumo deu com um chicote nos dois cavalos e pôs-se a andar.
Ao ver o fumo um soldado pegou na espingarda e foi até ao topo da colina por ordens do capitão. Mal os outros soldados não o podiam ver Frank deu-lhe com o cano da espingarda na cabeça e o homem caiu para o lado enquanto se esvaía em sangue. Os soldados, enquanto esperavam o outro, avistaram Tom que se aproximava de carroça.
- Tem permissão? - perguntou um dos soldados.
- Aqui está. - respondeu Tom que pegou numa pistola e apontou para a cabeça do coronel. - Se querem sobreviver deixem-me passar.
- Achas que tu sozinho passas a fronteira sem permissão do presidente? - perguntou o coronel que se ria para não chorar com o medo que tinha de que Tom disparasse.
Jack, Frank e James começaram a disparar muitas vezes seguidas de forma a parecer que eram muitos.
- Meu Deus! - exclamou o Coronel. - São aí uns trinta! Façam o que ele manda.
- Acho bem... - murmurou Tom. - Dispam-se!
- O quê?! - perguntou um soldado incrédulo.
- Ouviram bem! - gritou Tom enquanto puxava o gatilho. - Dispam-se.
Todos os soldados se despiram e entregaram os uniformes a Tom. Jack, Frank e James deram a volta à colina e com as espingardas na mão aproximaram-se da carroça. Entraram na parte de trás e vestiram os uniformes diante dos soldados, após isso partiram deixando os soldados atrás sem perceberem muito bem o que tinha acontecido. Subiram a colina e repararam que não havia ninguém.
- Raios! - gritou o Coronel! - Fomos enganados!
- Aquele não era Thomas Carter senhor? - perguntou um dos soldados. - Servi com ele em várias batalhas e tenho a certeza que era ele.
- Boa! - exclamou o Coronel satisfeito. - Oferece vinte e cinco mil dólares por ele! E arranja umas roupas por amor de Deus!

*****

Tom, Jack, Frank e James cavalgavam dentro da carroça todos vestidos com os uniformes das tropas do Norte. Tom pensava num bom plano enquanto Jack guiava e os dois irmãos bufavam de tão exaustos e esbaforidos que estavam. Nunca tinham utilizado tanto uma arma, nem nunca tinham passado por tantos riscos, eram rapazes pequenos... Frank tinha dezassete anos e James dezasseis.
- O que vamos fazer agora? - perguntou Frank.
- Apanhamos um comboio para o Texas logo que pudermos... - respondeu Jack enquanto levava um cigarro à boca. - Mas primeiro temos que chegar a Topeka para apanharmos um comboio para Colorado e depois viajamos de estado em estado até chegarmos ao Texas, mas isso vai demorar muito.
- E dinheiro? - perguntou James aflito.
- Topeka tem um banco muito famoso onde um senador deposita o dinheiro. - disse Tom sorridente enquanto fumava um cigarro.
- Não acredito! - exclamou Frank. - Vamos morrer...
- Não! - disse Jack. - Fazemos alguns reféns e eles não podem disparar. Mas têm que ser pessoas afectuosas e importantes da cidade...
A carroça estava a passar por entre duas colinas. Dois bandidos saíram de baixo de uns troncos caídos e apontaram com as armas para os quatro forasteiros que foram obrigados a pôr as mãos no ar. Um dos bandidos era alto e forte, estava bem armado e tinha um lenço que lhe tapava a boca e o nariz. Porém os seus olhos eram verdes e brilhantes de tal modo que o seu rosto era difícil de esquecer, mas fácil de identificar. O outro era baixo e tinha uns trapos velhos. A sua arma era dourada e brilhante de tal modo que até reflectia a luz do Sol para os olhos de Frank que os fechou. Rondaram a carroça e logo apareceu mais um bandido. Era muito baixo, praticamente um anão. O vento levou o seu lenço e a cara dele foi descoberta. Tinha um nariz grande e a cara cheia de verrugas, uns olhos pretos como o carvão e faltavam-lhe dois dentes. O homem pegou no lenço bruscamente e pô-lo outra vez na cara.
- Lindo, agora viram-me a cara... - murmurou o homem enquanto puxava o gatilho.
- Não faça isso! - exclamou Frank. - Não temos dinheiro nem nada, prometemos que não participamos ao xerife.
- Acabamos de passar a fronteira. - disse Tom calmamente. - Somos fugitivos também, apenas pusemos os uniformes para não sermos presos.
- Como posso eu acreditar em ti? - perguntou o homem. - És Thomas Carter! És um soldado do Norte famoso!
- Isso já foi à muito tempo! - gritou Tom. - Já não luto por ninguém! Apenas por mim mesmo...
Os outros dois bandidos retiraram as armas aos quatro forasteiros que com muito sacrifício deixaram. O homem baixo apertou o gatilho e pôs o indicador no " cão " da arma. Tom deu uma cotovelada num dos bandidos e tirou-lhe a arma. Jack atirou-se de costas para cima do outro que caiu ao chão. Pegaram os dois na arma e apontaram para o homem.
- Larguem a arma ou os vossos amigos morrem! - exclamou o homem enfurecido.
- Se faz alguma coisa morre! - exclamou Tom enquanto fixava o alvo.
O homem tentou disparar, mas antes de o fazer levou com um tiro na nuca de Jack. Caiu para à frente devastado. O sangue escorria-lhe pelo grande buraco que tinha no meio da nuca. Tom foi mexer nos bolsos dele e encontrou várias balas, mas pouco dinheiro.
- Vamos lá embora daqui! - exclamou Frank já assustado.
- Pois, vamos lá assaltar o banco! - disse Jack enquanto fazia troça dos dois irmãos.
- Isso não... - murmurou James amedrontado.
Tom riu-se entusiasticamente.
- Fazemos um plano... - disse. - Vamos conseguir.

*****

John lia o jornal em que dizia que a cabeça de Tom valia vinte e cinco mil dólares enfurecido. Pegou na arma e preparou-se para passar a fronteira.
 

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Capítulo VI:





Passados dois dias os quatro forasteiros chegaram à capital do Kansas, Topeka, com o objectivo de assaltar o banco. Era uma cidade imensamente agitada. Dois homens batiam-se por causa duma mulher que fitava fixamente os seus amados, o xerife prendia um homem que tinha tentado roubar um cavalo a outro e mais ao fundo da cidade uma grande multidão assistia a um enforcamento. Um rapaz vendia jornais alegremente, gritava: " Thomas Carter, Thomas Carter e companheiros passaram a fronteira! " e outro rapaz, que estava à porta do saloon distribuía também jornais enquanto dizia calmamente: " John, John Quantrill passou a fronteira acompanhado de muitos homens armados! Diz que quer matar Thomas Carter! ".
- O John passou a fronteira? - perguntou James retórico. - Saberá ele que estamos em Topeka?
- Calma, agora vamos alugar um quarto e eu explico-vos o plano. - acalmou-o Tom.
Arrumaram as coisas e alugaram um quarto numa estalagem velha e pobre, porém, como ninguém lá ia, era o sítio ideal para planearem o saque. Sentaram-se enquanto limpavam e carregavam as espingardas e Tom começou a explicar:
- Vamos tentar não matar ninguém e vamos também tentar que não nos identifiquem. - levou um cigarro à boca e deu um gole de whisky. - Já vos explico o que vamos fazer.
- Assim gosto mais! - exclamou Frank aliviado enquanto levava um cigarro enrolado por ele à boca.
- Deixa o Tom explicar! - gritou Jack irritado. - Continua Tom.
- Bem, é assim. - começou Tom. - Frank e James, vocês vão trabalhar no banco. O Jack vai fazer um depósito e o depósito sou eu.
- Como assim? - perguntou James ansioso por ouvir todo o plano.
- Deixa-me acabar! - gritou Tom irritado. - Tu e o Frank, como já disse, vão oferecer-se para trabalhar no banco, esperemos que eles aceitem. Depois o Jack vai depositar uma caixa enorme e eu estou lá dentro, o Frank e o James vão ficar lá para garantirem que enquanto eu estou a tirar o dinheiro ninguém espreita para lá para dentro. Dentro da caixa vão estar também mantimentos pois eu vou ficar lá dentro durante dois dias e algumas horas, combinamos depois as horas pois tem que ser durante esse tempo que o Frank e o James vão distrair os outros empregados para que não entrem na sala do dinheiro. Depois o Jack está lá fora e prende os guardas na hora certa, eu saio e encontro-me com ele. Passadas algumas horas o Frank e o James vêm ter connosco até a algum sitio que combinamos depois. Levamos o saque e partimos para o Texas. Parece-vos bem?
- Por mim tudo bem. - disse Frank enquanto se ria. - É o plano que mais me agrada.

*****​

Frank e James, com tudo planeado, caminharam até ao banco para fazerem uma boa impressão. Abriram a porta e foram até ao balcão que estava vazio.
- Por acaso não nos arranja emprego? - perguntou James com o cotovelo encostado ao balcão.
- Parecem pistoleiros. - disse o homem com ar desconfiado. - Se querem trabalhar aqui têm que deixar as armas na esquadra.
- Podemos ser guardas! - exclamou Frank com cara de mau. - Guardamos a sala do dinheiro e transportávamos os depósitos até lá... isso impediria muitos roubos!
- Sim, a ideia agrada-me. - disse o homem que começava a gostar da ideia. - Por acaso já não temos guardas à algum tempo. Cem dólares ao mês chega?
- Chega e sobra! - exclamou James sorridente.
- Mas como posso ter a certeza de que são realmente bons a proteger alguma coisa? - perguntou o homem sempre com o mesmo tom e a mesma cara. - Quero-vos ver a lutar e a usar a arma.
James virou-se para trás e deu um murro na cara de um homem que por lá passava. O homem recuou uns passos. Outros três homens grandes e fortes juntaram-se à luta. Frank mandou um murro na cara de um deles, mas este, sem qualquer dor, empurrou Frank que foi bater de costas na parede. James atirou-se para cima do homem que tinha levado o primeiro murro e começaram os dois a lutar. O homem, desesperado, partiu uma garrafa com a mão direita e agarrou o pescoço de James com a mão esquerda. James começou a sufocar enquanto via os vidros cortantes a aproximarem-se-lhe do olho direito. Frank, ao ver o irmão aflito, atirou-se para cima do homem e retirou-lhe a garrafa da mão, depois atirou a garrafa pelos ares e começou a esmurrar o homem. Os outros três homens dirigiram-se a ele, mas James passou uma rasteira ao primeiro e os outros dois caíram por cima dele. Um dos homens, irritado, pegou em James pelas pernas e este ficou pendurado enquanto era esmurrado pelos outros dois. Já com o sangue a escorrer pelo nariz e com os olhos já quase cerrados um dos homens levou com um tiro nas costas e caiu para o lado, os outros dois, sobre a ameaça da arma de Frank, puseram as mãos no ar e recuaram deixando James no chão quase inconsciente.
- Desapareçam! - gritou Frank enquanto lhes apontava a arma e ajudava o irmão.
Os dois homens pegaram o amigo morto e saíram.
Passados segundos o xerife entrou de rompante e apontou as suas pistolas para os dois irmãos. Era um homem médio, mas notava-se que tinha jeito com a arma. Tinha uma estrela prateada que brilhava com a luz do Sol no peito o que lhe dava um ar forte e bom no que fazia. Porém tinha uma cara ridícula, faltava-lhe um dente e tinha uns olhos azuis e " achinesados ", o que não combinava com o seu cabelo preto escuro.
- O que se passa aqui? - perguntou ele com ar peremptório.
- Bom dia xerife! Não se passa nada, eles apenas estavam a demonstrar a sua arte com as armas e a sua capacidade de luta. Vão ser os novos guardas do banco, o que fará com que o seu dinheiro fique melhor guardado e com que esta nota caiba bem no seu bolso... - disse o dono do banco enquanto punha uma nota de dez dólares no bolso do xerife.
O xerife não achou piada à brincadeira e atirou o dinheiro para o chão. Depois deu um safanão no homem que caiu ao chão.
- Vão-me acompanhar até à esquadra por homicídio... - disse o xerife, mais uma vez, com ar peremptório.
- Não, por favor xerife! - suplicou Frank no chão de joelhos. - O que se passa é o seguinte, aquele homem tinha-me roubado o cavalo, por isso é que o matei!
- Então assim já é diferente... - murmurou o xerife. - Podes provar que o cavalo era teu?
James e Frank olharam um para outro amedrontados com a ideia de serem presos.
- Sim, claro! - exclamou Frank e James esfregou a mão na testa.
Olharam os dois para a janela e viram Jack que lhes acenava. Jack levantou a sela do cavalo do homem e mostrou-lhes o nome que lá estava.
- Lá no cavalo diz James Collins Horse. - disse Frank aliviado.
O xerife mantendo-os sobre a mira foi até ao cavalo e verificou que o cavalo tinha lá mesmo isso escrito. Depois baixou a arma e disse calmamente:
- Pronto, ok, fica lá com o teu cavalo e podes ir trabalhar para o banco...
Jack acenou-lhes e, com grande alivio, mandou-os começar a trabalhar.
A primeira parte do plano estava concluída.

CONTINUA...
 

DeletedUser8159

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Muito bom adorei (excepto a parte em que comecei a levar porrada -.-'' :p)
 

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Capítulo VII:





Jack entrou dentro da estalagem. Tom estava a vestir uns trapos velhos e a fazer buracos pequenos na caixa onde iria ser transportado. Pôs lá mantimentos, pistolas, espingardas, cenouras, couves, bifes... Após ter tudo pronto meteu-se dentro da caixa muito esticado, pois a caixa era enorme, e preparou-se para o maior tédio que já tinha passado na sua vida.
- Estás pronto? - perguntou Jack enquanto agarrava a caixa.
- Sim, - respondeu Tom. - que remédio não é?
- Já sabes, daqui a dois dias...
- Sim! - interrompeu Tom. - Vamos lá.
Jack fechou a caixa e Tom começou a respirar apenas por um minusculo buraco. Tom ouvia as pessoas cumprimentarem Jack e ouvia o cantarolar dos pássaros cada vez mais irritado. Mas aquilo tinha começado à pouco, Tom ia passar um momento muito difícil da sua vida.
Jack entrou de rompante no banco enquanto suava por transportar o peso da caixa mais o do amigo. O dono do banco foi logo ajuda-lo e começou a falar:
- Meu Deus! O que é que isto tem dentro?
- Muito dinheiro. - respondeu Jack com ar sério. - Vai ter que cuidar disto com a sua vida!
- Parece que tem um homem dentro! - exclamou o dono enquanto se ria e Jack fez uma cara " falsa ".
- Espero que tenha bons homens a guardar isto... - murmurou Jack com uma cara assustadora. - E jamais poderão espreitar aqui dentro!
- Não se preocupe! - exclamou o dono do banco. - Guardaremos essa caixa com a nossa vida... Frank! James! Venham ajuda-lo a transportar isto.
Frank e James entraram pela porta das traseiras. Frank piscou o olho a Jack e este retribuiu. Os dois agarraram a caixa e o dono do banco abriu-lhes um cofre, transportaram Tom lá para dentro e fecharam-se para poderem falar à vontade.
- Não sabia que tinha aqui um cofre! - exclamou Jack. - Pensei que era apenas uma portinhola ou assim, como é que vais sair Tom?
- Não faço a mínima ideia... - respondeu Tom que acabara de sair da caixa.
- Tenho uma ideia... - murmurou James com um sorriso incandescente na cara. - Eu e o Frank fazemos do dono do estabelecimento refém. Acorrentamo-lo e obrigamo-lo a que nos diga a combinação do cofre. Depois se houver algum cliente fazemo-lo refém e esse cliente será a moeda de troca para o xerife que será avisado por Jack para não se levantarem suspeitas. O Jack vai até ao xerife e apresenta a queixa. Nós saímos protegidos pela caixa onde está o Tom com o tal cliente na mira da nossa arma e perto de nós. O Jack já pôs lá cavalos temos que começar a cavalgar com o cliente num dos cavalos. Depois largámos o refém no meio de nenhures, já longe da cidade e vamo-nos embora ricos!
- Excelente ideia! - gritou Tom que ainda bufava pois quase tinha ficado sem ar dentro da enorme caixa. - Vamos fazer mesmo isso... Agora saiam daqui antes que o homem comece a desconfiar! Tratem de tudo e olhem que têm sorte! Eu vou ficar aqui dois dias...
Frank, James e Jack abriram o cofre e saíram deixando Tom dentro da caixa. Mal o cofre foi fechado novamente Tom saiu da caixa, acendeu um fósforo para conseguir ver, pegou numa garrafa de whisky e num cigarro e preparou-se para enfrentar uma grande ameaça, o tédio, uma ameaça grande que o poderia matar, enlouquecer, ou mais...

*****

John e os companheiros, já de noitinha, faziam uma fogueira e conversavam e planeavam o que fariam a seguir. Todos soltavam risos e gargalhadas, mas John estava não conseguia, apenas pensava numa maneira de matar Tom, de vingar o seu pai e todas as atrocidades que o forasteiro tinha feito. Os cinco tinham acabado de passar a fronteira e tinham matado todos os soldados com toda a raiva e fúria que tinham acumulada. John limpava a arma que cada vez ficava com um dourado mais reluzente e brilhante. Pousou a pistola e pegou numa faca que começou a afiar com outra lâmina de igual tamanho. Quando acabou de afiar o seu facalhão, voltou-o sobre os seus olhos e a lua reflectiu-se naquela lâmina, o que deu uma bonita luz àquela noite escura e esperança aos outros quatro que pararam a conversa e fitaram John. A faca foi atirada da mão do Quantrill e foi parar à fogueira, os outros quatro desviaram-se como num reflexo, amedrontados. A faca começou a aquecer e a ficar dourada e a tinta que tinha no cabo começou a desaparecer fazendo com que aquela bonita visão se desvanecesse. John pegou na faca por entre as chamas, o que fez com que queimasse a mão, e levou-a até diante dos seus olhos enquanto continha um grande berro das queimaduras que estava a sofrer. Atirou a faca diante dos olhos dos companheiros para o horizonte e ouviu-se um grande rugido de um animal feroz. Um urso começou a correr em direcção ao Quantrill, mas este continuava sossegado, o animal caiu devastado de costas. Tinha a faca quente cravada na cabeça. Morreu.
- Como sabias que o animal estava ali? - perguntou Edward encostado a uma árvore enquanto tremia, após uns segundos de silêncio.
- Instinto... - respondeu Quantrill enquanto esventrava o animal.
- Estás mais forte do que nunca... - murmurou Malcolm satisfeito com o seu " chefe ".
John tirou a faca da cabeça do animal e fitou a lua. Nos seus olhos podia-se ver a lua reflectida e a sua cicatriz ficou azulada por um momento. Levantou a faca e ergueu-a em cima da cabeça como se quisesse crava-la na lua... Depois soprou afastando o fumo que saía do cabo da faca e disse relutante:
- Juro pela minha vida que matarei Thomas Carter com esta mesma faca.
Após dizer isto guardou a faca queimada na cintura e deitou-se no meio do chão.

CONTINUA...
 

DeletedUser8159

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Muito bom fico há espera dos outros dois que dissestes que fazias este fim-de-semana :p
 

DeletedUser

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Obrigado aos dois :)
O próximo capítulo é que vai ter acção ;)
Não sei se consigo fazer mais dois, mas um consigo.
 
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