Capitulo XXI
Com todo o cuidado colocaram a desfalecida Mary, que se esvaía em sangue a uma velocidade assustadora.
-Míudo tem cuidado com ela…vai não deixes que ela morra! - Disse G.
-Kyle…tens a certeza que queres fazer isto? É muito perigoso, és muito novo…. – disse Will apreensivo.
-Sou muito novo… és só um ano mais velho que eu! – disse Kyle.
-Estou a falar de cabeça menino! – Gritou Will, um pouco descontrolado para o seu irmão.
Kyle olhou-o magoado, montou no seu cavalo e partiu sem dizer mais uma palavra. Já ia longe quando V falou, e fê-los voltar à realidade.
-É quase noite, o Kyle gosta muito da Mary de certeza que dá conta do assunto… - disse V diplomático.
Os gémeos foram buscar a carroça e começaram a carregar as pesadas caixas para a carroça.
*
Pouco tempo depois Kyle chegou perto de Austin, era uma grande cidade, devia ter alguns médicos. Mas ele decidiu esperar uns minutos até que anoitecesse mesmo, faltava, muito pouco o sol estava quase a desaparecer no longínquo horizonte e a lua atingia o zénite.
Cavalgou suavemente até á beira de um lago e com extremo cuidado pousou o corpo inerte de Mary no chão e tirou-lhe a camisa, que estava completamente ensanguentada. Tirou também a sua e cortou uma faixa, limpou a ferida com água e colocou a faixa em volta do seu ventre e depois vestiu-a coma sua camisa e tirou outra da bolsa e vestiu-a. Agora não dariam muito nas vistas, já tinha anoitecido por isso voltou a por Mary no cavalo e avançou para a cidade. Não havia muita gente na rua, e Kyle não sabia onde havia médicos, por isso decidiu perguntar a um velhote que estava sentado num tosco banco em frente ao banco da cidade.
-Senhor, pode-me dizer onde mora o médico desta cidade? – perguntou Kyle.
-Sim meu jovem, o melhor médico de Austin é o doutor McDonill, mora ali ao fundo por detrás daquele aglomerado de casas. – disse o velhote enquanto apontava na direcção correcta.
-Muito obrigado.
E seguiu caminho, quando chegou á casa correcta, bateu á porta com secas pancadas. Segundos depois ouve-se agitação dentro de casa e uma jovem rapariga abre a porta, era muito bonita.
-Boa noite! Que deseja? – Disse com voz harmoniosa que rapidamente esmoreceu ao ver o corpo inerte de Mary em cima do cavalo – já estou a ver…
-Preciso de um médico urgente…a minha…amiga está quase a morrer, por favor ajude-nos! – suplicou Kyle
-Espere um pouco…
E desapareceu no interior da casa, momentos depois aparece uma mulher á porta.
-Saia daqui, não podemos ajudar ninguém! – Disse rudemente e fechou a porta na cara de Kyle.
Depois ouve-se uma discussão, Kyle percebeu que era entre a jovem que lhe abriu a porta e a mulher que lhe tinha fechado a porta na cara, depois interrompida por uma potente voz masculina, aquilo não poderia ficar assim. Kyle decidido, olhou em volta, não estava ninguém na rua, pegou em Mary ao colo e bateu novamente á porta. A mulher abriu a porta e Kyle saca da arma e aponta-a á cara da mulher:
-Vai ajudar-me ou não?! – disse Kyle com amargura e um ligeiro temor na voz.
-Entre… – disse a mulher, denotando-se uma centelha de ódio no olhar.
Kyle entrou em casa e viu um homem parado no hall, devia ser o médico.
-É você o Dr. McDonill?
-Sim, Dr. Patrick Fitz-Laghlin McDonill ao seu dispor assim que baixar a arma! – disse McDonill com um sorriso.
-Dispenso ironias… - disse Kyle enquanto baixava a arma.
McDonill indicou-lhe um quarto, Kyle entrou rapidamente e pousou Mary, que estava cada vez mais branca. O velho médico debruçou-se sobre Mary, examinando-a e disse:
-Temos aqui um grande problema…mas penso que se poderá arranjar, isto já aconteceu há pelo menos uma hora, se ainda não morreu foi porque a bala não penetrou em nenhum órgão vital…
E continuou a observar, Kyle estava inconsolável e uma lágrima indiscreta toldou-lhe o rosto, já não chorava desde a noite da morte dos seus pais, mas não aguentou mais, poderia estar prestes a perder uma das pessoas que mais gostava, uma das pessoas que mais amava…
Continua...