Os forasteiros

  • Iniciador do tópico Johny Black
  • Data de início

DeletedUser

Guest
Tu não estás inscrito ;)
Mas talvez apareças, se apareceres eu digo
 

DeletedUser

Guest
Obrigado a todos :)
Começo a duvidar se faço hoje, mas se não é hoje é amanhã.
 

DeletedUser

Guest
Capítulo V:





John e Charles estavam frente a frente perante o que podia vir a ser uma desgraça para um deles. John escondia o seu medo e lançava um ar desafiador a Charles que olhava para ele enquanto tentava esconder a grande vontade que tinha de rir. A multidão continuava a fazer apostas e examinava-os dos pés à cabeça. Quando Charles fitava a multidão esta como de instinto tirava o olhar dele e fingia que estava a fazer outra coisa.
Sacaram e dispararam a arma ao mesmo tempo. A bala de John atingiu o ombro de Charles de raspão, porém, a bala de Charles atingiu o ventre de John e trespassou o seu corpo magro acabando por partir com a janela do saloon. John caiu ao chão enquanto se esvaía em sangue, murmurou qualquer coisa que a multidão não conseguiu perceber e logo depois ficou inconsciente.
Charles passou com o olhar para toda a multidão e depois olhou com todo o ódio que tinha para o corpo de John onde o sangue continuava a escorrer-lhe pelo ventre e a inundar o chão. Montou a cavalo e fugiu da cidade antes que o xerife interviesse.
Tom desatou a correr com os outros a trás preocupados e foram encontrar uma multidão reunida a fazer um círculo.
- Ouvi tiros, deixem passar! - gritava.
Empurrou a multidão e quando chegou à frente, com todos a resmungarem, viu o corpo de John no chão que se esvaía em sangue e ao lado um médico que examinava o corpo duma ponta à outra e tentava parar a hemorragia.
- Não está morto. - disse o médico. - Parece-me que talvez dê para tratar, mas vai demorar a recuperar. Ajudem-me a levá-lo para minha casa! Rápido!
- O que... - logo que Jack viu o corpo no chão a voz desvaneceu-se. - Como é que isto aconteceu?
- Ele desafiou Charles Brooks! Foi atingido no ventre! - disse uma voz que vinha da multidão.
- Ele desafiou o Charles?! - perguntou Sarah. - Agora é que deu para ver como é estúpido! Devia ter-nos chamado!
- Ele agora não precisa de que o insultes, - disse Tom. - precisa é que o ajudes!
Tom, Sarah, Jack e dois homens fortes ajudaram o médico a levar John para a sua casa. Instalaram John na cama e o doutor foi buscar os utensílios de que necessitava.
- Muito obrigado! - exclamou Tom. - Foi muito amável da sua parte Doutor...
- Doutor McNeill, não foi nada... - disse o médico.
- Como é que ele vai? - perguntou Jack que olhava para o corpo do amigo.
- Duas a três semanas e ele recupera! - exclamou o doutor. - A sorte foi que não atingiu nenhum órgão vital.
Tom, Jack e Sarah olharam-se com alívio.

*****

Duas semanas depois a recuperação de John estava iminente e este já conseguia sair da cama embora com muito esforço. O Doutor McNeill continuava a tratar com cuidado John e ofereceram-lhe dois cavalos como agradecimento. Tom tinha partido para San António quatro dias antes para falar com um amigo de Sarah que era soldado e lhes daria informações confidenciais sobre Charles.
Jack e Sarah estavam sentados sobre o parapeito da janela a apreciar a paisagem e o esplendor daquela zona.
- Gostas do Tom, não gostas? - perguntou Jack enquanto sorria.
- O que raio é que te leva a pensar nisso?! - perguntou Sarah envergonhada.
- Reconheço esse olhar nas raparigas como tu. - disse Jack enquanto levava um cigarro à boca.
- Não tens nada a ver com isso, desaparece! - gritou Sarah que desceu do parapeito e saiu de casa a correr.

*****​

Tom chegou por fim a San António. Não era uma cidade tão agitada como Austin, mas era das mais agitadas do Texas. Posou o cavalo e entrou no saloon de rompante, sentou-se ao balcão pois todas as outras mesas estavam ocupadas e pediu:
- Um Whisky por favor.
O dono do bar sem qualquer palavra pegou numa chávena e entregou-a a Tom.
- Conhece algum Buck Mitchel? - perguntou Tom depois de dar um breve golo.
- Sim claro! O Buck é um velho amigo meu, está a tratar de papelada no Edifício Municipal.
- Estou-lhe muito grato senhor. - disse Tom com um leve sorriso na cara.
Tom levantou-se e foi até ao Edifício Municipal. Era o Edifício Municipal mais pequeno que alguma vez tinha visto. Estava tudo desarrumado e um homem perguntou secamente a Tom:
- O que queres?
- Bom dia, sou Thomas Carter, Sarah Adams enviou-me. - respondeu-lhe Tom num igual tom.
- És amigo da Sarah? Ah, então é diferente... Em que te posso ser útil? - perguntou o homem com um sorriso na cara.
- Quero todas as informações que me possa dar sobre Charles Brooks. - disse Tom.
- Posso ser amigo da Sarah, mas não sou corrupto! - gritou o homem. - Nem penses que o faço.
- Cem dólares chegam? - perguntou Tom.
- Não! Já disse que não sou corrupto! - gritou o homem.
Tom aproximou-se do homem e deu-lhe dois violentos murros que o fizeram cair da cadeira com um fio de sangue a escorrer pelo nariz.
- Nem penses... - disse o homem.
Tom pegou na arma e apontou para a cabeça do homem.
- Ok, ok, aqui está! - gritou ele enquanto estendia a mão com um grande envelope.
- Se contas alguma coisa a alguém venho aqui e mato-te... - disse Tom e com isto saiu do Edifício, montou a cavalo e partiu de volta a Austin.

CONTINUA...
 

DeletedUser

Guest
Capítulo VI:






Passados cerca de quatro dias Tom chegou a Austin e dirigiu-se logo à casa do Doutor McNeill para contar o que tinha descoberto aos amigos. Sarah leu atentamente o envelope durante algumas horas e depois disse chateada:
- Nada... Mas provavelmente ele está perto daqui.
- Então partimos sem o John? - perguntou Tom.
- Sim, depois quando tivermos o Charles voltamos e vimos busca-lo, aí ele já deve estar recuperado. - respondeu Sarah.
- Então não esperas que seja muito rápido... - disse Jack com receio.
- Deve estar pelo menos a meio dia daqui, mas eu nem tenho a certeza se o apanhámos! Ele é bom a manejar a arma como o diabo! - disse Sarah, depois limpou o suor da testa e continuou. - Tentem não o matar, o melhor é apanharmos-lo de surpresa de modo a obriga-lo a que se renda. Se o tiverem que alvejar tentem nas pernas para ele não andar.
Com tudo bem planeado os três despediram-se do Doutor McNeill e deram instruções precisas a John. Partiram nessa mesma tarde em direcção a Dallas com esperança de encontrarem o bandido e o prenderem, o que não seria nada fácil.

*****

Alguns dias depois os três continuavam a cavalgar por baixo de um Sol abrasador. Cavalgaram durante horas e quase não dormiram na noite anterior, começavam a ficar sem esperanças pois Charles já podia estar longe... Tom observou o horizonte e viu um cavalo bem longe dali.
- Aquilo não é um cavalo? - perguntou Tom.
- Parece-me que sim... - respondeu Jack. - Pode ser do Charles.
- Vamos avançar, peguem nas espingardas, temos poucos carregamentos deixem as pistolas para quando ficarem sem balas nas espingardas. - disse Sarah com um leve sorriso na cara enquanto contemplava o cavalo, o cavalo que os levaria à riqueza.
Aproximaram-se escondidos nas rochas e depararam com Charles sentado num penedo apenas a ver a paisagem. Carregaram as espingardas e Jack ficou a apontar para o indivíduo enquanto Tom e Sarah caminhavam silenciosamente por trás.
- Mãos no ar. - disse Tom enquanto tocava com o cano de espingarda em Charles. - Vira-te lentamente.
Charles, sem uma palavra, foi-se virando lentamente e quando pôde agarrou na espingarda de Charles e deu-lhe com ela na cara, depois tirou uma faca da cintura e quando ia crava-la no peito de Sarah levou com um tiro na mão de Jack e largou a faca.
- Não sabia que havia mais um... - disse Charles enquanto segurava na mão.
- O próximo tiro vai ser noutro sítio... - ameaçou Jack.
- Exacto, recebemos mil dólares por ti vivo ou morto por tanto não nos faz muita diferença... - disse Tom.
- Ouçam, é melhor soltarem-me já... - disse Charles. - Eu tenho certos amigos que vos podem fazer mal se me virem desaparecido.
- Não te rales muito com isso visto que daqui a uns dois dias serás enforcado em Austin. - disse Sarah enquanto sorria.
Cavalgaram com Charles preso durante algumas horas e depois pararam para dormir. Jack ficou de vigia do cimo duma rocha a apontar para Charles, pois apesar de preso, ele era habilidoso o suficiente para fugir.

CONTINUA...
 
Topo